segunda-feira, 28 de julho de 2008

UM FILME INTERESSANTE


Assisti ao bom filme Conduta de Risco com o ator George Clooney, que tem se dedicado a películas com cunho político. A trama se baseia na vida de um advogado renomado que defende uma grande empresa de fertilizantes que enfrenta uma ação de indenização por conta de mortes que teriam acontecido pelo uso de seus produtos. A causa já passava dos seis anos de tramitação e de repente o advogado muda de lado ao descobrir documentos que incriminariam seu cliente. O filme aborda o conflito moral e ético por que passam seus principais personagens que vêem suas vidas estarem desprovidas de sentido e a serviço de interesses escusos. Recomendo o aluguel do filme, principalmente para quem tem um gosto mais apurado e ainda se revolta com as injustiças do mundo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O ARCO DE QUIXADÁ...


O Arco de Nossa Senhora de Fátima é um dos mais importantes pontos turísticos da cidade de Sobral, na zona norte do estado. O Arco foi projetado por Falb Rangel e executado por Francisco Frutuoso do Vale, autor da imagem de Nossa Senhora exposta no local. A obra é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Construído em 1953 (há 54 anos, portanto), o Arco (imita o do Triunfo, na França), foi uma iniciativa de Dom José Tupinambá da Frota. No local, no século XVIII, existia o Cruzeiro ou Cruz das Almas, erguido pelo Frei Vidal da Penha e demolido em 1929. O motivo da construção foi a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima que visitou o Brasil e em muitas cidades foram construídos "Arcos" em sua homenagem. Na foto ao lado vocês podem ter uma idéia de sua beleza.

Estive em Caicó (RN) para visitar um amigo do Banco do Brasil, com o qual tinha atuado diversas vezes como instrutor em cursos. Para minha surpresa, além de me deliciar com a famosa carne de sol, pude conhecer o Arco que se situa em uma praça central da cidade, também construído com propósito de homenagear a visita da imagem de Nossa Senhora.

Muito embora seja dificil encontrarmos documentos e até mesmo fotos que falem da história do Arco que existia em nossa cidade, não é dificil encontrarmos nas memórias dos mais idosos a lembrança deste importante ícone. Situava-se onde hoje está a praça José Linhares da Páscoa, a chamada "praça da catedral". Sua construção aconteceu na gestão do Prefeito Hermínio Dinnelly no ano de 1953. Não sei por que motivos tivemos sua demolição. Sei apenas que foi mais um crime contra a nossa história, assim como foi também a destruição do belíssimo prédio da prefeitura efetuada pelo então prefeito José Okka Baquit, com a conivência da Câmara Municipal. Ressalvas à oposição feita pelo vereador Chico Éneas, que foi único a se opor ao crime perpetrado.

Quero colocar que estava nos meus planos, caso tivesse podido me candidatar e com uma eventual vitória nas eleições, a reconstrução deste marco de nossa história destruído pelos analfabetos de valores culturais e históricos. Seria interessante cobrar dos atuais candidatos o compromisso com sua construção.

terça-feira, 15 de julho de 2008

E o judiciário, aliás o STF ?



Estes fatos acontecidos após a operação da Polícia Federal fazem primeiro nos encher de orgulho de termos um polícia republicana. Uma polícia que investiga competentemente e leva para a cadeia criminosos de colarinho branco, que achavam que a impunidade em nosso país estava garantida. Ver Daniel Dantas e sua quadrilha, que envolve o famoso "Naji Nahas", Celso Pitta e outros aloprados presos, já é um consolo para nós pobres mortais, só acostumados a ver algemados ladrões de galinha. Muito embora nossa alegria tenha durado pouco.


Agora é de lamentar ver um senador da república, líder do PSDB, defender estes marginais. Mais lamentável ainda ver que jornalistas famosos recebiam também propina para não divulgar informações sobre Daniel Dantas (veja o caso de Miriam Leitão). Outro lamento ver que o ex-deputado Greenhalgh se presta ao serviço de defender Daniel Dantas. E mais o presidente do STF solta duas vezes este marginal para que ele possa continuar a corromper, demonstrando seu entendimento para fazer "justiça" em nosso Brasil.


Parabenizo a PF, o bravo juiz Fausto de Sanctis que emitiu a ordem de prisão para estes bandidos, o ministro Tarso Genro, os procuradores e juizes federais solidários contra a nefasta atuação de Gilmar Mendes.


Veja ao lado a foto deste exemplo para o Brasil, que é o mesmo juiz que decretou a venda dos bens do narcotraficante Abadia.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A ETERNA GOZAÇÃO DOS BRASILEIROS


A chamada "Lei Seca" tem sido palco de todos os debates em casa, no trabalho, na mesa do bar. É uma lei que exige uma mudança cultural. É óbvio que ela vem para melhorar nossa sociedade. Isto já está demonstrado nas poucas estatísticas divulgadas. Agora o brasileiro é por sua natureza um curtidor. Veja a foto ao lado que traduz este espírito divertido de nosso povo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

UMA HOMENAGEM MERECIDA



"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos".


No dia 3 de julho, os países do Mercosul concederam a Eduardo Galeano o título de primeiro Cidadão Ilustre da região. Eduardo é o autor de inúmeros livros que retratam a exploração que aconteceu na América Latina nos vários séculos após seu "descobrimento" pelos europeus conquistadores. Entre eles "As veias abertas da américa Latina", livro obrigatório para todo estudante de história.


Estas foram suas palavras de agradecimento:


"Colar de histórias. Nossa região é o reino dos paradoxos.

Tomemos o caso do Brasil, por exemplo:

- paradoxalmente, Aleijadinho, o homem mais feio do Brasil, criou as mais altas belezas da arte da época colonial;

- paradoxalmente, Garrincha, arruinado desde a infância pela miséria e a poliomielite, nascido para a desgraça, foi o jogador que mais alegria ofereceu em toda a história do futebol;e,

- paradoxalmente, Oscar Niemeyer, que já completou cem anos de idade, é o mais novo dos arquitetos e o mais jovem dos brasileiros.


Ou, por exemplo, a Bolívia: em 1978, cinco mulheres derrubaram uma ditadura militar.. Paradoxalmente, toda a Bolívia zombou delas quando iniciaram sua greve de fome. Paradoxalmente, toda a Bolívia terminou jejuando com elas, até que a ditadura caiu.

Eu conheci uma dessas cinco obstinadas, Domitila Barrios, no povoado mineiro de Llallagua.

Em uma assembléia de operários das minas, todos homens, ela levantou e fez todos calarem a boca.

— Quero dizer só uma coisinha.

Nosso inimigo principal não é o imperialismo, nem a burguesia, nem a burocracia.

Nosso inimigo principal é o medo, e nós carregamos ele dentro.

E, anos depois, reencontrei Domitila em Estocolmo. Havia sido expulsa da Bolívia e ela tinha marchado para o exílio, com seus sete filhos. Domitila estava muito agradecida pela solidariedade dos suecos, e admirava a liberdade deles; mas tinha pena deles, tão sozinhos que estavam, bebendo sozinhos, comendo sozinhos, falando sozinhos.

E dava-lhes conselhos:

— Não sejam bobos. Fiquem juntos. Nós, lá na Bolívia, ficamos juntos. Mesmo que seja para brigar, ficamos juntos.

E como tinha razão.

Porque, digo eu: existem os dentes, se não ficarem juntos na boca?

Existem os dedos, se não ficarem juntos na mão?

Estarmos juntos: e não só para defender o preço dos nossos produtos, mas também, e sobretudo, para defender o valor dos nossos direitos. Bem juntos estão, mesmo que de vez em quando simulem brigas e disputas, os poucos países ricos que exercem a arrogância sobre todos os outros. Sua riqueza come pobreza, e sua arrogância come medo. Bem pouquinho tempo atrás, por exemplo, a Europa aprovou a lei que transforma os imigrantes em criminosos. Paradoxo de paradoxos: a Europa, que durante séculos invadiu o mundo, fecha a porta no nariz dos invadidos, quando eles querem retribuir a visita. E essa lei foi promulgada com uma assombrosa impunidade, que seria inexplicável se não estivéssemos acostumados a sermos comidos e a viver com medo.

Medo de viver, medo de dizer, medo de ser. Esta nossa região faz parte de uma América Latina organizada para o divórcio de suas partes, para o ódio mútuo e a mútua ignorância.

Mas somente estando juntos seremos capazes de descobrir o que podemos ser, contra uma tradição que nos amestrou para o medo e a resignação e a solidão e que cada dia nos ensina a não gostar de nós mesmos, a cuspir no espelho, a copiar em vez de criar.

Ao longo da primeira metade do século dezenove, um venezuelano chamado Simón Rodríguez caminhou pelos caminhos da nossa América, no lombo de uma mula, desafiando os novos donos do poder:

— Vocês , clamava o sr. Simón, vocês que tanto imitam os europeus, por que não imitam o mais importante, que é a originalidade?

Paradoxalmente, não era ouvido por ninguém este homem que tanto merecia ser ouvido. Paradoxalmente, chamavam-no louco, porque cometia a sensatez de acreditar que devemos pensar com nossa própria cabeça, porque cometia a sensatez de propor uma educação para todos e uma América de todos, e dizia que a quem não sabe, qualquer um engana e a quem não tem, qualquer um compra, e porque cometia a sensatez de duvidar da independência dos nossos países recém-nascidos:— Não somos donos de nós mesmos —dizia. Somos independentes, mas não somos livres.

Quinze anos depois da morte do louco Rodríguez, o Paraguai foi exterminado. O único país hispano-americano verdadeiramente livre foi, paradoxalmente, assassinado em nome da liberdade. O Paraguai não estava preso na jaula da dívida externa, porque não devia nem um centavo para ninguém, e não praticava a mentirosa liberdade de comércio, que nos impunha e nos impõe uma economia de importação e uma cultura de impostação.

Paradoxalmente, depois de cinco anos de guerra feroz, entre tanta morte sobreviveu a origem. Segundo a mais antiga de suas tradições, os paraguaios nasceram da língua que os nomeou, e entre as ruínas fumegantes sobreviveu essa língua sagrada, a língua primeira, a língua guarani. E em guarani falam ainda hoje os paraguaios na hora da verdade, que é a hora do amor e do humor. Em guarani, ñe´é significa palavra e também significa alma. Quem mente a palavra, trai a alma. Se dou minha palavra, estou me dando.

Um século depois da guerra do Paraguai, um presidente do Chile deu sua palavra, e deu-se. Os aviões cuspiam bombas sobre o palácio de governo, também metralhado pelas tropas de terra. Ele havia dito:— Daqui eu não saio vivo.

Na história latino-americana, é uma frase freqüente. Foi pronunciada por vários presidentes que depois saíram vivos, para continuar pronunciando-a. Mas essa bala não mentiu. A bala de Salvador Allende não mentiu. Paradoxalmente, uma das principais avenidas de Santiago do Chile chama-se, ainda, Onze de Setembro. E não se chama assim pelas vítimas das Torres Gêmeas de Nova York. Não. Chama-se assim em homenagem aos verdugos da democracia no Chile. Com todo o respeito por esse país que amo, atrevo-me a perguntar, por simples senso comum: não seria hora de mudar-lhe o nome? Não seria hora de chamá-la Avenida Salvador Allende, em homenagem à dignidade da democracia e à dignidade da palavra?

E atravessando a cordilheira, pergunto-me: por que será que o Che Guevara, o argentino mais famoso de todos os tempos, o mais universal dos latino-americanos, tem o costume de continuar nascendo?Paradoxalmente, quanto mais é manipulado, quanto mais é traído, mais nasce. Ele é o mais nascedor de todos. E pergunto-me: Não será porque ele dizia o que pensava e fazia o que dizia? Não será por isso que ele continua sendo tão extraordinário, neste mundo onde as palavras e os fatos muito rara vez se encontram, e quando se encontram não se cumprimentam, porque não se reconhecem?

Os mapas da alma não têm fronteiras e eu sou patriota de várias pátrias. Mas quero culminar este viagenzinha pelas terras da região evocando um homem nascido, como eu, aqui pertinho.

Paradoxalmente, ele morreu há um século e meio mas continua sendo meu compatriota mais perigoso. É tão perigoso que a ditadura militar do Uruguai não conseguiu encontrar nem uma única frase sua que não fosse subversiva e teve que decorar com datas e nomes de batalhas o mausoléu que erigiu para ofender sua memória.

A ele, que se recusou a aceitar que nossa pátria grande se quebrasse em pedaços; a ele, que se recusou a aceitar que a independência da América fosse uma emboscada contra seus filhos mais pobres, a ele, que foi o verdadeiro primeiro cidadão ilustre da região, dedico este título, que recebo em seu nome.

E termino com palavras que escrevi para ele algum tempo atrás:1820, Paso del Boquerón. Sem virar a cabeça, você afunda no exílio. Estou vendo, estou vendo você: desliza o Paraná com preguiça de lagarto e ao longe se afasta flamejando seu poncho esfarrapado, ao trote do cavalo, e se perde na mata. Você não diz adeus à sua terra. Ela não iria acreditar. Ou talvez você não sabe, ainda, que está indo para sempre.Acinzenta-se a paisagem. Você está indo, vencido, e sua terra fica sem alento.

Irão devolver-lhe a respiração os filhos que nasçam dela, os amantes que a ela chegarem? Aqueles que dessa terra brotem, aqueles que nela entrem, far-se-ão dignos de tristeza tão funda?Sua terra. Nossa terra do sul. Você será muito necessário para esta terra, Dom José.

Cada vez que os cobiçosos a firam e humilhem, cada vez que os tolos acreditem que está muda ou estéril, você fará falta.
Porque você, Dom José Artigas, general dos simples, é a melhor palavra que ela já disse".

SOBRAL, TERRA DO FUTURO 2


Há algum tempo, após uma visita feita ao município de Sobral, escrevi um artigo para comentar a transformação que aquela cidade estava passando em decorrência da administração do então prefeito Cid Gomes. Retornei semana passada a cidade atendendo convite do meu amigo Veveu Arruda. O processo de mudança continua a ocorrer com a implantação de novo modelo educacional, abertura de novas ruas e avenidas entre outras ações. Constatei como uma continuidade administrativa faz bem a um município. A cidade vem crescendo planejadamente. Há problemas que vão aos poucos sendo enfrentados e superados. Visitei projetos na área de esporte, que me deixou com uma ponta de inveja, já que não temos algo semelhante em Quixadá. Os jogos escolares sobralenses fazem já parte do calendário municipal, visitei quadras esportivas em utilização e espaços públicos de lazer com rampas de skate. Infelizmente nosso atual gestor em Quixadá não vê com bom olhos o investimento esportivo, embora seja grande empreendedor em outras áreas.

Aproveitando a viagem conheci um restaurante mineiro na serra da Meruoca. Excelente o serviço e sua qualidade. Vale a pena visitar e contemplar sua bela vista.

Como ninguém é de ferro curti o nostálgico show dos Paralamas por ocasião desta mesma visita. Me embalei ao som de "alagados", "meu erro", "eu não uso óculos", etc. Foi bom demais. A foto é com o meu amigo Vicente no citado show, que como sempre nos ciceroneou pelos lugares boêmios da cidade.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Festas Juninas


Este último final de semana de junho optei por participar de uma festa em uma fazenda de Quixadá, com direito a fogueira, quadrilha improvisada, fogos e muito forró pé de serra. A comunidade de Rampa em Juatama se reuniu toda para saldar São Pedro. Foi muito interessante. As crianças que foram a festa ficaram eufóricas. Soltar fogos, brincar com as outras crianças, comer comidas típicas, as deixaram muito felizes. Nem mesmo o avançar da hora os cansava. Os adultos além de curtir uma bebidinha, puderam dançar quadrilha improvisada puxada pelo eclético Chiquinho Saraiva. Foi muito bom. Relembrei os tempos de criança. Interessante foi reencontrar o amigo Padre Robério, que trouxe duas convidadas das Filipinas. Mesmo sem falar nada de português adoraram, levaram boas lembranças das festas juninas do Ceará. Fiquei a pensar e se não seria legar comemorar minha formatura em junho de 2.009 com a reedição do "Arraiá do Paraguassu".

"LEI SECA"


Interessante a polêmica envolvendo a chamada "Lei Seca" que proibe qualquer consumo de bebidas alcoólicas para as pessoas que vierem a dirigir veículos. Sem dúvida nenhuma é uma lei correta. É um absurdo a quantidade de acidentes envolvendo motoristas que tenham ingerido álcool. Quantas pessoas já morreram ou ficaram com sequelas permanentes pela irresponsabilidade no volante. Precisamos nos adequar a essa lei, pelo bem da vida, das nossas vidas. Não custa nada rodiziar nas baladas o consumo de bebidas. Naquele sábado escolhe-se um dos amigos para ficar sóbrio. Além do mais a multa é pesada, não dá para arriscar. Vamos nos adequar a essa realidade, beber perto de casa ou sair com a esposa é uma outra solução. As mulheres agradecem.