O livro da jornalista Patrícia Campos Melo é sensacional. Escrito por alguém que cobriu conflitos internacionais em sua carreira, neste trabalho ela retrata a perseguição sofrida após denunciar os disparos de fake news nas últimas eleições. Expõe a máquina de ódio e mentiras e sua forma de divulgação espúria. Um livro atual para compreender nossa louca realidade. Sem dúvida se trata de um dos melhores livros de 2020.
Um espaço para debates de idéias e notícias. Local para discussão de temas políticos, com abordagem voltada para a construção de uma sociedade mais justa, libertária e revolucionária. Indicação de livros, filmes e textos.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
A MÁQUINA DO ÓDIO DE PATRICIA CAMPOS MELLO
O livro da jornalista Patrícia Campos Melo é sensacional. Escrito por alguém que cobriu conflitos internacionais em sua carreira, neste trabalho ela retrata a perseguição sofrida após denunciar os disparos de fake news nas últimas eleições. Expõe a máquina de ódio e mentiras e sua forma de divulgação espúria. Um livro atual para compreender nossa louca realidade. Sem dúvida se trata de um dos melhores livros de 2020.
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
SABEDORIA POR BALTASAR GRACIAN
"Uma fonte de água revolta apenas poderá voltar a ser limpa se a deixarmos que serene sozinha. Existem certos conflitos cujo remédio é deixá-los passar, porque assim desaparecem, por si, apenas. Lembre-se: perdeu a têmpera, perdeu a razão, perdeu a calma, perdeu tudo."
Baltasar Gracián, extraído do livro "A Arte da Sabedoria" (foto)
ESTÁTUA DE IRACEMA - BEIRA MAR - FORTALEZA (CE)
Iracema é personagem principal de um romance escrito pelo fortalezense José de Alencar. Narra a história da índia Iracema e Martim Soares Moreno, que foi um dos primeiros portugueses a chegar à região de Fortaleza, onde resolveu viver entre os índios, tornando-se marido de Iracema. A imagem de Iracema ficou bastante vinculada à Fortaleza. Uma praia foi batizada com seu nome e diversas estátuas foram esculpidas e postadas por toda a cidade. A obra da orla da beira mar foi esculpida pelo artista pernambucano José Corbiniano Lins, a escultura retrata além de Iracema, o momento em que o guerreiro branco, seu filho Moacir (dentro do cesto, nas pernas de Martin) e seu cachorro Jati, deixam nossa praia em uma jangada.
Este local tem que ser visitado e fotografado em visita à Fortaleza (CE), face sua beleza.
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
DORA, DORALINA DE RACHEL DE QUEIROZ
Ler Rachel de Queiroz é como fazer um retorno as nossas raízes. Este é o sexto livro dela que me deleito. A trajetória de Dôra é como se fosse uma de nossas pessoas conhecidas, daquelas que nos acalentam. As páginas traduzem as desventuras da vida no sertão, com sua dureza, mas também com suas belezas e delícias. O rio São Francisco, o Rio de Janeiro, ali ressoam em suas folhas como convites para nós batermos a porta. Convivi alguns momentos com Rachel, pena que não pude debater com ela sobre suas obras. Não as tinha lido à época, infelizmente. Hoje suas lembranças renascem com seus maravilhosos relatos literários.
Trago um dos trechos iniciais do livro, que pra mim transparece magistral. Aliás, escritores como Rachel são imortais.
"Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto, porque a vida é um doer.
O ruim é quando fica dormente. E também não tem dor que não se acalme - e as mais das vezes se apaga. Aquilo que te mata hoje amanhã estará esquecido, e eu não se isso está certo ou está errado, porque acho que o certo era lembrar. Então o bom, o feliz se apagar como o ruim, me parece injusto, porque o bom sempre acontece menos e mau dez vezes mais. O verdadeiro seria que desbotasse o mau e o bom ficasse nas suas cores vivas, chamando alegria."
Local foto: Praça dos Mártires - Passeio Público - Fortaleza (CE)
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
ÁGUA É VIDA
As solenidades de inauguração de sistemas de abastecimento de água, que acompanhei quando integrante da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, local onde trabalhei por quatro anos, se traduzem em momentos emocionantes. Afinal, as comunidades beneficiadas sabem como a água é importante para o cotidiano de suas famílias. Ter que carregar uma lata de água na cabeça para poder cozinhar, para poder beber ou tomar banho é algo impensável para muitos de nós hoje, já acostumados com a torneira e o chuveiro funcionando. Mas, para muitos brasileiros este ainda é um sonho, ou pelo menos era um sonho até bem pouco tempo.
A alegria das crianças e da comunidade, ao receber as primeiras águas na torneira, se traduzem nesta foto que adoro, a qual foi tirada em Quixadá, minha terra natal, quando de uma das celebrações de inauguração.
Viva a água. Viva a continuidade das boas políticas públicas em nosso país.
BRASIL: UMA BIOGRAFIA por LILIA SCHWARCZ E HELOISA STARLING
Conclui
a leitura deste livro imperdível para quem desejar compreender nossa
história. Entendi nesta leitura que devemos reverenciar a trajetória de
Ulisses Guimarães e de tantos outros personagens esquecidos. É uma verdadeira aula de história, sob a batuta de duas escritoras que deslindam muitos fatos não divulgados como devia.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
ATÉ INCOMPETÊNCIA TEM LIMITES
Mesmo nas piores situações é possível extrair lições. Não é o que parece ser visualizado em nossa atual situação.
Vivemos a pior crise sanitária da atualidade, sob a liderança de um governo absolutamente incompetente. A única criatividade existente é voltada para criar problemas e proliferar notícias falsas.
Não é possível que sejamos tão desafortunados de enfrentar esta grave pandemia recheada de uma irresponsabilidade jamais vista na política brasileira.
Os erros são tão grotescos e crassos, que fica-se a perguntar se as atuais lideranças vivem em um mundo de outra dimensão ou realidade alternativa. O pior é a existência de grande quantidade de seguidores adeptos de teorias da conspiração, de negacionistas, de antivacinas, além de outras maluquices. E alguns ainda se dizem cristãos. Seria cômico se não fosse trágico.
A negação da pandemia e de seus graves efeitos foi um dos erros iniciais. Não se preparar mesmo que de forma emergencial demonstrou o cartão de visita da incompetência. O Governo Federal, sob a liderança de seu inapto presidente, não tomou as medidas necessárias e cabíveis inicialmente. Aqui no Ceará, precisou-se ir a justiça para se garantir uma barreira sanitária no aeroporto, situação concedida tardiamente.
Ausência de planejamento nacional, ausência de coordenação para a compra de equipamentos e insumos, estímulo a desobediência nas orientações contra aglomeração, ausência de testes, desestímulo ao uso de máscara; conflito entre presidente e ministros da saúde, incentivo a remédios sem comprovação científica. Todos os dias se evidenciava uma irresponsabilidade e declaração desastrosa. Não é possível a existência de tanta incompetência.
Talvez porque não seja somente incompetência. Talvez seja loucura. Ou talvez seja perversidade. Mais de 180.000 mortos e o tresloucado diz: "E daí".
Agora, criou-se a guerra das vacinas. Mais uma vez, ao invés de seguir a ciência, busca-se o caminho do obscurantismo. Até 2020, não entendia como tinha ocorrido a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro. Como pessoas se revoltam contra uma vacina era uma pergunta que me debatia quando lia sobre o tema. Hoje, entendo demais o ocorrido. Triste esta história se repetir.
Enquanto isso, milhares morrem semanalmente. Antes era o motivo era o despreparo. Hoje é a negligência. Fantoches se apresentam como responsáveis para resolver a grave crise, nos pedindo para conter o desespero.
O momento é de angustia e perplexidade. Nos resta torcer para que a razão prevaleça. Que nossos técnicos derrotem os tresloucados e a vacina, devidamente testada e comprovada, chegue para salvar vidas e atenuar o sofrimento.
Apesar de tudo, presenciamos exemplos de solidariedade, de empatia, do empenho dos profissionais de saúde. Voltamos a pensar que ainda resta uma esperança para nosso país.
Por último, espero que os responsáveis pela banalidade da incompetência reinante não sejam esquecidos. Depois dessa crise, é preciso apurar as responsabilidades.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - JOSÉ SARAMAGO
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
LIVROS DE AILTON KRENAK
Escutei em uma conversa algum tempo atrás de que o mal de nosso país era porque éramos descendentes de índios e negros. Quando se escuta isto, entende-se que o outro interlocutor está recheado de preconceitos, de total desconhecimento de nossa origem e da história.
Terminei de ler recentemente as obras de Ailton Krenak, liderança indígena da área do Rio Doce. Com relatos repletos de sabedoria, nos aponta caminhos para este obscuro mundo atual. Acho que todos nós merecíamos ler estas obras recheadas de reflexões. Trago uma aqui:
"Ainda há ilhas no planeta que se lembram o que estão fazendo aqui. Estão protegidas por essa memória de outras perspectivas de mundo. Essa gente é a cura para a febre do planeta, e acredito que podem nos contagiar positivamente com uma percepção diferente da vida. Ou você ouve a voz de todos os outros seres que habitam o planeta junto com você, ou faz guerra contra a vida na Terra.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
10 HISTÓRIAS PARA ENTENDER UM MUNDO CAÓTICO
domingo, 6 de dezembro de 2020
1984 DE GEORGE ORWELL
SUSTENTABILIDADE
Volto ao tema sustentabilidade pelo fato de ser mais do que necessário discuti-lo de forma permanente. A crise provocada pelo coronavírus demonstra a necessidade de mudarmos hábitos, de evitar o consumismo, de respeitar o direito de existência das gerações futuras.
Nosso belo planeta não aguenta a forma de desenvolvimento atual vigente. Nosso planeta, e nós como espécie também, não sobreviveremos a esta contínua ação de destruição do nosso habitat. Avalio que a Terra, como um organismo vivo, vem sofrendo por séculos atos hostis e prejudiciais à sua sobrevivência. Mas, nunca de forma tão incisiva como no período atual.
As mudanças climáticas, a proliferação de vírus, os incêndios assustadores nos mais diversos locais do planeta; nos assustam. Já se discute a possibilidade de nossa extinção como espécie. É assustador. Contudo, não surpreendem os cientistas que há muito tempo nos avisam dos riscos da continuidade da ação destruidora do homem.
Não obstante ao relatado, ainda há dirigentes que simplesmente ignoram a gravidade da situação e agem como se nada estivesse acontecendo. Agarrados à ignorância contribuem para agravar ainda mais a situação. A proliferação de teorias da conspiração, de notícias falsas e outras barbaridades, são o seu passaporte de governo.
Assim, neste quadro desolador de lideranças, resta-nos combater as trevas da ignorância com a defesa de posições responsáveis com nosso Planeta. Cada um de nós pode contribuir, mesmo que de forma simbólica.
Neste período de pandemia fiz um inventário de minhas roupas, doei parte de meu acervo a instituições de caridade, bem como a pessoas necessitadas. Será que é necessário termos roupas para usarmos uma vez por ano? Será que é necessário ter 200 pares de sapatos, quando pessoas não tem nem uma chinela para calçar? É importante reavaliarmos nossa adesão a este mundo consumista, que nos faz desejar possuir cada vez mais. Devemos avaliar se o que estamos comprando tem alguma utilidade ou será apenas mais um item no guarda-roupa para ser esquecido. Em 2020 comprei apenas uma camisa. Uma bela camisa do Fortaleza. Foi suficiente.
Avaliemos nossa vida. Sejamos mais responsáveis com nosso habitat. O respeito à natureza, o combate ao consumismo, a adesão à alimentação saudável, a defesa de políticas preventivas e responsáveis de saúde e meio ambiente urgem.