Semana passada ao parar em um sinal de trânsito de Fortaleza, encontrei como pedinte um antigo conhecido de Quixadá. Na sua face estava retratado os anos de vício nas drogas, a falta de esperança, o desalento. Confesso que fiquei comovido com a situação. Lembro da pessoa tocando violão nas rodas de jovens, sempre alegre e com papo atrativo. Vê-lo naquele estado de farrapo humano, me fez refletir como as drogas tem prejudicado e aniquilado muitas famílias pelo mundo afora. E esta droga chamada crack é sem dúvida mais devastadora do que a peste negra, mais cruel do que muitas guerras. Destrói devagarinho, torna a dor uma certeza constante na vida de quem entrar nesta estrada de horror.
Faço estas colocações para alertar para os riscos de se enveredar por este mundo de desvario e tristeza. Na maioria das vezes, basta cair em falso uma única vez para se tornar viciado. Deve-se evitar a primeira vez. Deve-se evitar qualquer contato. Deve-se divulgar os malefícios aos jovens, principal alvo de traficantes e enganadores que se fingem de amigos para levar depois a maldade e a destruição.
Enfrentar as drogas não é uma tarefa de alguns voluntários, de poucas instituições ou mesmo do Estado. Deve ser uma tarefa de todos, um desafio de toda a sociedade. Não dá mais para ficarmos de braços cruzados vendo a sociedade se corromper em um vício que lentamente a está esfacelando, a está destruindo. Não dá para apenas dizer: "Não tenho nada com isso". Este vício não escolhe cor, classe social ou profissão. Temos visto que este problema está se alastrando a todos os lugares, a todas as famílias. Os números da violência se refletem diretamente pelo crescente aumento do consumo de drogas. Não dá mais para esperar. Nossa sociedade está doente e todos temos que cerrar fileiras e enfrentar esta guerra que está corroendo nossa sociedade.
Para enfrentar este grave problema não existe uma solução única. Tem que ser uma ação coletiva e incisiva do Estado e de toda a sociedade. Tem que haver a repressão aos traficantes. Ela tem que ser dura e sem perdão. Entretanto, tem que haver um ação preventiva na escolas, nas associações, no trabalho. Em qualquer local em que se congregue pessoas, nós temos que conscientizá-las dos riscos das drogas. Temos que envolver a área educacional, os empresários, as igrejas, os sindicatos, clubes de serviço, enfim todos no enfrentamento ao principal malefício da sociedade moderna. Também devemos cuidar de quem se envolveu neste mundo atroz da drogadição. Parece que não tem saída. E ela realmente é muito difícil de encontrar, mas não é impossível. Há casos de quem conseguiu sair deste inferno e hoje está contando como pode-se encontrar uma alternativa, uma esperança.
É preciso que compreendamos a dimensão desta tragédia brasileira cotidiana. Faz-se necessário uma ação de guerra contra as drogas. E em qualquer guerra é preciso planejar bem, ter bons soldados em todas as áreas do conhecimento, ter disposição, recursos e determinação política para o enfrentamento. Em nosso meio comece a falar deste tema. Busque conscientizar as pessoas mais próximas para este grave problema. Se não acordarmos para ele, a situação pode piorar ainda mais. Depende de nós. Aliás tudo depende de nossa ação. Sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário