Acho que o Estado do Ceará está sentindo a ausência da voz do deputado Wellington Landim na discussão dos temas emergentes e cruciais para os cearenses. Falo isto devido ao fato do parlamentar ter sido, ao longo de sua trajetória, o grande animador e entusiasta nas questões relacionadas à convivência com a seca.
Pessoalmente acho que o parlamento cearense está mais pobre e menos altivo sem sua presença. Lembro de sua luta constante, permanente, na defesa da transposição do Rio São Francisco. Em seus discursos estava sempre presente em suas preocupações a convivência com a seca no Nordeste. Era intransigente defensor da zona rural, das melhorias para a população carente de nosso estado.
Conheci Wellington quando estava exercendo a presidência da Câmara de Quixadá. Em comunhão com a Assembléia Legislativa, a Câmara promoveu debate sobre a situação das dividas dos agricultores. O local foi o Balneário Cedro Clube e ele ficou apinhado de autoridades, populares e agropecuaristas. Haviam muitos oradores para falar, entre deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores. O Presidente Wellington conduziu com maestria o debate. Sem cercear a palavra de ninguém imprimiu autoridade para que a objetividade reinasse. Todas as partes falaram sem que a duração do evento o esvaziasse, além dos devidos encaminhamentos legais e oportunos. Vendo sua energia e racionalidade, fiquei a pensar se quem dera um dia chegasse a seu nível.
Em seu mandato como presidente da Assembleia, as câmaras municipais tiveram um parceiro na capacitação, orientação e apoio tecnológico. Destaco ainda como realizações como presidente o programa "Conhecendo o parlamento", o PROCON e o Escritório Frei Tito de Direitos Humanos. Era altivo em defesa do que acreditava, se contrapondo, caso necessário, a oposicionistas partidários e até aliados.
No período em que trabalhei na Secretaria do Desenvolvimento Agrário mantive muitos contatos com Wellington. Seus telefonemas e visitas se endereçavam a garantir recursos e agilidade nos processos para sua terra querida, que era Brejo Santo. Seus pedidos não eram para a obtenção de ações escusas, muito pelo contrário, o respeito à legalidade estava sempre presente. Queria mesmo era agilidade e eficiência no trato da Administração Pública com seus cidadãos.
Nunca tive ligações políticas com Wellington mas aprendi a respeitar o político dedicado que era; o deputado sempre aberto ao debate, o homem que demonstrava atenção a sua família e sua gente.
Sou uma pessoa que dificilmente se emociona. Raro chorar. Derramei lágrimas ao me despedir de Wellington. Não me contive. Ao reencontrar pessoas que com ele trabalharam, refletimos: perdemos um amigo.
O tempo passou. Renovo a frase. O Ceará perdeu um amigo das horas difíceis. Saudades Deputado Wellington Landim.
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