Foi super gratificante ver o lento avançar da compreensão dos alunos. Alguns tinham mais rapidez no entendimento. Outros demoravam um pouco mais. Uns tinham facilidade na matemática mas ao mesmo tempo dificuldade na junção das palavras. Pouco a pouco, todos foram avançando no aprendizado. Como utilizávamos o método Paulo Freire, que tem em um dos seus fundamentos a utilização do vocabulário do dia a dia da comunidade, tivemos inúmeras e gostosas conversas. Foi uma época em que pude ter o contato direto com a população mais carente, entender suas aspirações, suas opiniões, seus sonhos. Como sempre gostei de exercer o magistério, essa experiência foi de extrema riqueza pessoal.
Lembro de um fato curioso. Durante as aulas tive muita dificuldade de conviver com o barulho da meninada que brincava ao lado da sala de aula. Era um barulho ensurdecedor. Propus um acordo com a garotada. Em troca de silêncio durante as aulas, prometi trazer 20 bolas para dar para eles. Eles concordaram sem acreditar muito na história. Foi uma festa no dia que cheguei com as bolas. O problema é que a história se espalhou e choveu menino na hora da aula. Tive que novamente comprar no Sr. Osvaldo mais uma leva de bolas. E a paz reinou.
O Projeto BB-Educar deu naquela época uma grande contribuição para a alfabetização brasileira. Expandiu-se para todos os estados e centenas de cidades. Nesse período, o chefe do Departamento de Formação do Banco do Brasil era o Professor Luiz Oswaldo(foto), que era o grande entusiasta do projeto.
A festa de formatura dos meus alunos aconteceu no prédio da associação com bolo, refrigerante e salgados. Participamos de uma missa que aconteceu na Igreja do Alto São Francisco, junto com a turma da Irisvalda. O então gerente da agência Sr. Folha do Vale prestigiou a festa. Nossos alunos eram a cara da felicidade, o que nos deu grande satisfação. Em outra postagem falo do meu encontro com Paulo Freire, fruto deste trabalho.
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