Voz destemida, Mendonça Neto(foto) enfrentava o coronelismo alagoano com a cara e a coragem. Certa vez, em campanha, foi a Flexeiras, reduto de Paulo Calheiros, chefe de um dos clãs mais temidos do Estado, amigo do então governador Divaldo Suruagy. Sentou-se no banco da praça, enquanto o carro de som anunciava o comício. Logo Calheiros apareceu:
- O que o sr. pretende com esse comício, deputado ?
- Votos, Paulo. Vivo disso. Estou lutando pela minha reeleição.
- Mas o sr. vai esculhambar com o Divaldo e isso não fica bem...
- Acho que dá para conseguir uns 150 votos por aqui - arriscou Mendonça, ignorando a observação e exagerando sua expectativa.
- Pois, deputado, se o problema é esse, eu dou 300 votos para o sr. não fazer esse comício - propôs o dono do curral na região.
Acordo Fechado, no dia da eleição Calheiros cumpriu o trato. Mendonça que nem sequer esperava ser votado em Flexeiras, contou exatos 305 votos.
Fonte: Poder sem pudor - Cláudio Humberto
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