Recebi com muita alegria a informação de que meu genitor Francisco Dolor de Goes será homenageado pela organização do encontro de profetas da chuva de Quixadá. Vejo com muita generosidade a homenagem feita a um homem trabalhador, amante da natureza e da família, além de servidor público exemplar. Segue abaixo currículo do homenageado.
Nasceu no sítio Abreu em
Guaramiranga em 6 de setembro de 1913, filho de Sérgio Augusto de Holanda e
Maria Ceci Severiano Ribeiro Holanda. Foi criado pelos tios Francisco Marinho
de Goes e Olívia Holanda de Goes, em virtude do falecimento de sua mãe por
ocasião de seu parto.
Dividiu sua infância e
adolescência entre Guaramiranga, onde estudou no colégio Júlio Holanda e a
Fazenda Clarindo de Queiroz em Uruquê – Quixeramobim. Trabalhador, desde cedo
assumiu a administração da Fazenda.
Em 1932, ano da maior seca por
ele vista, trabalhou na construção do Açude Choró, em Quixadá. Nesta época
conviveu com praga que matou dezenas de trabalhadores, o paratifo, que provinha
das más condições de água potável.
Por volta de 1936 veio para
Fortaleza. Lá trabalhou no Departamento de Economia Rural e na comissão de
Racionamento de combustível. Após a Segunda Guerra mundial, foi proprietário da
firma D”Goes, que administrava o conhecido Posto Esso da General Sampaio.
Como servidor do Estado foi
emérito classificador de produtos vegetais, notadamente de algodão, tendo
trabalhado em Maranguape, Fortaleza e Quixadá. Na “Terra dos Monólitos” prestou
serviços de classificação em todas as usinas de beneficiamento de algodão.
Observador e defensor da
natureza, Dolor acompanhava a movimentação das formigas, a casa de João de
Barro, a floração das plantas nativas, a barra de Santa Luzia, para fazer
previsões de inverno e seca em nosso sertão. Anotava ano após ano, a situação
do Ceará, em relação a chuvas, para fazer comparativo com os indícios da
natureza que acompanhava.
Sempre próximo da cultura do
sertão, nos quintais de suas residências, mantinha árvores as mais diversas.
Delas extraia laranjas, limões, abacates, goiabas, siriguelas, atas, abacates,
entre outras, além de plantas medicinais.
Foi Presidente do Balneário Cedro
Club e do Comercial Sport Clube, em época de grande atividade cultural e social
dos referidos clubes.
Casou em 1947 com Francina, tendo
tido seis filhos: Astrid, Eliana, Sérgio, Patricia, Ilana e Cristiano. De 1952
a 2001, quando faleceu, residiu em Quixadá, sendo exemplo de simplicidade,
alegria e honestidade. Foi enterrado, a seu pedido, em Quixadá, cidade onde
afirmava ter sido o local mais feliz de sua vida.
Foto: ano 2001, no Centro de Quixadá (CE)
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