Poesia, versos. música, causos do sertão; quem foi ao Encontro dos Profetas da Chuva em Quixadá não escutou apenas as profecias sobre o inverno, participou de uma verdadeira festa da cultura nordestina.
A apresentação dos profetas da chuvas é marcada por atuações marcantes. Não é apenas a exposição do relato de um observador da natureza. Ali configura-se a cultura repassada de pai para filho durante décadas. Os profetas, mestres da cultura popular, retratam suas experiências com riqueza de detalhes sobre como é a análise se acontecerá inverno ou seca.
Entretanto, no meio de suas apresentações, surgem versos de poetas do sertão. Relatam-se situações jocosas, cantarolam canções, tocam-se instrumentos musicais. Na verdade, o encontro é uma festa típica deste Nordeste cheio de beleza e arte. Não dá para assistir sem se deliciar e soltar risadas. As afirmações dos profetas trazem alegria quando prenunciam inverno ou melancolia quando se diz que haverá seca.
Independente dos profetas acertarem as previsões, o fato de assistir ao Encontro dos Profetas da Chuva, com todas as suas peculiaridades e alegrias, já é motivo para retornar no ano seguinte. Quem não assistiu este ano não deve perder ano que vem. Parabenizo aos organizadores pela persistência em realizar o evento. Já está passando da maioridade e continua preservando a cultura popular.
Claro que este ano espero que a maioria dos profetas acerte. Afinal, diagnosticaram que haverá inverno, mesmo que tardio. E o nosso sertão está carente por demais da chuva advinda dos céus. A vegetação da caatinga está observando com aquele típico olhar pidão. Deus faça as previsões estarem corretas. Nosso sertão clama por isso.
foto: Profeta e dentista Paulo
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