quarta-feira, 11 de setembro de 2019

PEQUENAS AÇÕES PARA A SUSTENTABILIDADE


Tenho a convicção de que temos que mudar nossa forma de consumo, senão daqui a pouco os prejuízos para nosso habitat serão irreparáveis. Caso não bastasse a falta de sensibilidade dos governos para a causa ambiental e sustentável, entendo que o consumismo desenfreado, a volúpia por novas marcas, o descarte de bens ainda em ótimo uso, a busca por um novo celular com pequeníssimas adições da versão anterior, entre tantos exemplos de aquisições desenfreadas; tudo isto vai se voltar contra nós e as gerações de nossos filhos. 
É claro que não pode-se individualmente resolver o problema do Planeta. Contudo, pode-se modelar nosso dia a dia para gradativamente incorporar pequenas ações que multiplicadas podem realmente dar um passo de sustentabilidade.
Comecei com coisas simples. Em meu trabalho uso uma garrafa de água, a fim de evitar a utilização de um copo de água toda vez que tenho sede ao longo do dia. 
Quando vou a aula de espanhol, gosto de tomar um cafezinho e tomar água. Utilizo o mesmo copo plástico. Tomo água, mato a sede e depois saboreio o delicioso cafezinho.
Em relação aos canudos plásticos, há tempos que devolvo ao garçom quando tomo suco ou outra bebida. Ressalva feita apenas para água de coco e milk shake, a qual ainda o utilizo o canudinho. Ressalto que mesmo com canudinhos biodegradáveis tenho a mesma postura. Hoje utilizo raríssimo. 
Outra ação que tenho implementado é que procuro usar o mesmo prato em restaurantes. As vezes pede-se uma entrada; e quando sai o almoço o garçom vem para trocar o prato. Normalmente e sem nenhum transtorno para a degustação da comida tenho declinado desta troca.
Em casa temos conseguido separar pelo menos o lixo orgânico do restante dos outros dejetos. Sei que ainda é pouco, mas chegamos neste estágio por aqui. Já com relação a garrafas, jornais, papelão, entre outros; tenho encaminhado para reciclagem. Ressalto que a Prefeitura de Fortaleza tem dezenas de pontos de recepção deste tipo de bens recicláveis em todos os bairros. Com pilhas, baterias usadas, lâmpadas queimadas, sempre encaminho a um local adequado para sua recepção.
Outros bens de uso durável que não utilizo mais, tenho encaminhado para o Movimento Emaús, que tem belo trabalho no reuso de bens. 
Em relação a roupas usadas, tenho buscado repassar para pessoas que farão boa utilização delas. É incrível que roupas ainda sejam jogadas no lixo, sem que se dê um bom destino, tendo em vista que vivemos em um país com pessoas tão carentes e necessitadas. Se tiver dificuldades para encaminhar sua doação, há diversas entidades beneficentes que atuam nesta área.
No trabalho utiliza-se cada vez mais menos papel. Mesmo assim, nos processos físicos a impressão ocorre na frente e no verso, o que economiza o papel em 50%. Acrescento que se reutilizam restos de papel de trabalhos anteriores para impressões de material para estudo e análise.
Outra coisa, recebo livros em caixas na minha residência. Estas caixas serão reutilizadas nos presentes de natal que irei ofertar. As vezes, precisamos despertar para dar uso adequado aquilo que para muitos é simplesmente lixo. Devemos usar a criatividade.
Outra coisa bem simples é não jogar lixo na rua. Não abra o vidro e jogue o papel na rua. Incrível como ainda acontece isto. Sei que as vezes há dificuldade para jogar o lixo em um local adequado. Nem sempre há uma lixeira perto. Mas, aguarde até encontrar um local. O Planeta agradece.
Estas ações que falei podem ser uma gota no oceano, mas já consegui trazê-las para meu dia a dia. Junte-se com ações pela sustentabilidade de nossa mãe Terra.


domingo, 1 de setembro de 2019

EXISTE HUMANIDADE NAS PESSOAS DE HOJE?


Em uma dessas manhãs de sábado, fui a padaria comprar pão. Eu adoro o pãozinho francês novinho, pois enriquece o café. Estacionei ao lado de outro carro que também parava. Do carro saiu um senhor gordo e me dirigiu a palavra: 
- Eita vida boa.
Seu deboche se direcionava a um jovem que dormia debaixo de uma marquise. 
Minha resposta foi ignorar as palavras do insensível senhor.
Recentemente li uma matéria do jornal "O Povo" em que relatava a difícil vida de quem mora nas ruas. Trazia também o depoimento de uma pessoa que tinha conseguido sair desse desalento. Seu relato era emocionante, pois muitos não conseguem superar as dificuldades da solidão, da violência, das doenças, da insensatez.
Em geral tenho visto muita falta de solidariedade e desprezo com os moradores de rua.
Deve-se destacar que nem todos aqueles que perambulam pelas ruas são usuários de drogas ou criminosos. Há muitos em que o desarranjo familiar, a pobreza, a violência doméstica, os levaram à vida nas ruas, praças e avenidas.
Um personagem que conseguiu escapar das estatísticas foi o Capitão Silva, hoje integrante da Polícia Militar e educador. Passou extrema dificuldade ao morar na rua, inclusive dormindo em cemitérios. Era conhecido como o "morta fome". Recebeu apoio de pessoas realmente de bem e conseguiu desviar dos caminhos relacionados ao crime. Atualmente ministra palestras sobre sua trajetória. Ainda há esperança relata.
Nem todos que habitam as ruas conseguem encontrar almas caridosas. Nos últimos meses revi um amigo quixadaense morador das ruas de Fortaleza: José Maria. Sempre simpático, tinha alegria ao pedir moedas nos sinais. Na última vez que o vi, me afirmou que tinha deixado o vício da bebida e que ia sair dessa. Nunca mais o vi. Senti sua falta no sinal da Santos Dumont. Temi por sua vida. E ele realmente tinha saído do sofrimento, me relatou seu irmão algumas semanas atrás.
A vida é complicada, me relatou a Dona Maria. Pedinte ao lado da agência do Banco do Brasil da Desembargador Moreira, ela conversou comigo e falou com orgulho: "eu cozinhava para casas de família". Adoeceu, ninguém mais a quis para trabalhar. Vive de esmolas, com esperança de voltar para o Piauí, onde me disse que tem dois filhos e duas irmãs.
Contudo, há pessoas que ajudam as irmãs em situação de risco. Diariamente, há solidariedade, há registros de humanidade nas pessoas. Pode ate ser exagero na linguagem se expressar desta forma. Hoje vivenciamos muito desamor e ódio nos corações, mas há esperança. Nas noites sombrias, figuras adentram no Centro de Fortaleza para fazer o bem; para distribuir comida e bebida aos que tem fome e sede. 
Creio que ainda há esperança no ser humano. O bem não pode sucumbir ao ódio. Sejamos mais cristãos. É necessário trazer um pouco de Jesus, de Irmã Dulce, de Madre Teresa, de São Francisco, de Gandhi, entre tantos outros para nossas vidas.