terça-feira, 27 de maio de 2014

GUARACY FREITAS, ALEGRIA, MÚSICA E MUITOS SONHOS

O tempo passa e passamos a conviver com o desaparecimento de familiares e amigos queridos. Estava contemplando a Taça da Copa do Mundo quando recebi mensagem sobre a partida do amigo Guaracy Freitas. 

Com o Guara, Guará, Garfo ou simplemente Guaracy  pude partilhar diversos bons momentos da vida. Como morávamos pertinho, desde garotos passamos a ter contato. Ele era dono de um time de futebol e eu de outro. Éramos rivais no esporte. Nossos times se enfrentaram diversas vezes. Era uma curtição os embates futebolísticos da garotada. Lembro de uma derrota do meu time para o dele no campo que ficava um pouco antes do Mercantil do João Neto. Depois consegui a desforra com vitória no campo do Juca Gomes. Era aquela brincadeira. Assim vivenciamos os primeiros passes de amizade chutando bolas pelos campos de bairro de nossa Quixadá.

Lembro depois dos encontros em sua casa, depois da Dona Maria Freitas tirar o jantar da mesa, vivenciamos os embates do jogo War. Toda a noite a turma se encontrava em sua casa para vivenciar os confrontos de estratégia de um jogo que marcou gerações. A amizade continuava.

Quis o destino que nos encontrássemos no curso de história da UECE/FECLESCE. E foi um convívio gostoso na universidade. Integramos o Movimento Estudantil. Criamos o saudoso jornal A OLHO NU. Participamos de muitos debates, encontros e jogos universitários. As noitadas ora eram regadas a rum, cerveja e cachaça, ora a muito estudo nos trabalhos.

Guaracy sempre foi uma pessoa muito inteligente e perspicaz. Debatia, participava ativamente da vida universitária. Foi presidente do Centro Acadêmico de História. Foi também nesta época que começou a tocar violão. Lembro de uma viagem para o Cariri (Encontro de História) em que ele tocava apenas seis músicas. E haja repetição nas idas e vindas no final de semana. Sabíamos de cor e salteado seu repertório. Entretanto, com sua dedicação seu repertório ampliou-se e difundiu-se pelos mais diversos recantos musicais.

Lembro de uma apresentação de sua banda na inauguração do Centro Cultural Rachel de Queiroz, antes da apresentação de Belchior. Foi uma grande e bela apresentação com seus parceiros musicais. Senti orgulho do amigo. Tenho saudade deste tempo, do tempo de brincar nos corredores da Feclesce, de acharmos graça das coisas da vida sem o turbilhão de responsabilidades que nos consome. Ontem, não pude me despedir pela última vez do meu amigo. 

Guardarei na memória a imagem do sonhador, do brincalhão, do músico, do amigo Guaracy. Sua risada inconfundível me restará na memória para sempre. Sei que a minha turma da faculdade nunca mais irá se reunir. Pelo menos não com todos os que a compunham. Perdemos Gizele, perdemos agora Guaracy. Onde estiver caro amigo sei que estará soltando acordes cheio de sonhos e ideais.  Pelo que foi na Terra, sei que estás em bom lugar, juntando-se a seu pai querido Freitinhas. Saudades muitas caro amigo.

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