domingo, 5 de janeiro de 2014

HOMENAGEM FRANCISCO DOLOR DE GOES

Recebi com muita alegria a informação de que meu genitor Francisco Dolor de Goes será homenageado pela organização do encontro de profetas da chuva de Quixadá. Vejo com muita generosidade a homenagem feita a um homem trabalhador, amante da natureza e da família, além de servidor público exemplar. Segue abaixo currículo do homenageado.
 
Nasceu no sítio Abreu em Guaramiranga em 6 de setembro de 1913, filho de Sérgio Augusto de Holanda e Maria Ceci Severiano Ribeiro Holanda. Foi criado pelos tios Francisco Marinho de Goes e Olívia Holanda de Goes, em virtude do falecimento de sua mãe por ocasião de seu parto.
Dividiu sua infância e adolescência entre Guaramiranga, onde estudou no colégio Júlio Holanda e a Fazenda Clarindo de Queiroz em Uruquê – Quixeramobim. Trabalhador, desde cedo assumiu a administração da Fazenda.
Em 1932, ano da maior seca por ele vista, trabalhou na construção do Açude Choró, em Quixadá. Nesta época conviveu com praga que matou dezenas de trabalhadores, o paratifo, que provinha das más condições de água potável.
Por volta de 1936 veio para Fortaleza. Lá trabalhou no Departamento de Economia Rural e na comissão de Racionamento de combustível. Após a Segunda Guerra mundial, foi proprietário da firma D”Goes, que administrava o conhecido Posto Esso da General Sampaio.
Como servidor do Estado foi emérito classificador de produtos vegetais, notadamente de algodão, tendo trabalhado em Maranguape, Fortaleza e Quixadá. Na “Terra dos Monólitos” prestou serviços de classificação em todas as usinas de beneficiamento de algodão.
Observador e defensor da natureza, Dolor acompanhava a movimentação das formigas, a casa de João de Barro, a floração das plantas nativas, a barra de Santa Luzia, para fazer previsões de inverno e seca em nosso sertão. Anotava ano após ano, a situação do Ceará, em relação a chuvas, para fazer comparativo com os indícios da natureza que acompanhava.
Sempre próximo da cultura do sertão, nos quintais de suas residências, mantinha árvores as mais diversas. Delas extraia laranjas, limões, abacates, goiabas, siriguelas, atas, abacates, entre outras, além de plantas medicinais.
Foi Presidente do Balneário Cedro Club e do Comercial Sport Clube, em época de grande atividade cultural e social dos referidos clubes.
Casou em 1947 com Francina, tendo tido seis filhos: Astrid, Eliana, Sérgio, Patricia, Ilana e Cristiano. De 1952 a 2001, quando faleceu, residiu em Quixadá, sendo exemplo de simplicidade, alegria e honestidade. Foi enterrado, a seu pedido, em Quixadá, cidade onde afirmava ter sido o local mais feliz de sua vida.
 
Foto: ano 2001, no Centro de Quixadá (CE)

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