Registro nesta postagem de como Roberto Matoso era inspirador em suas exposições. Este texto de sua autoria aborda Jesus Cristo de uma forma diferente a que estamos acostumados. Brilhante. Ei-lo.
JESUS E GESTÃO
Roberto Matoso
Roberto Matoso
Consultor, economista e empresário
Jesus de Nazaré, independente de qualquer abordagem religiosa, foi um exemplo de líder. Historiadores, filósofos e estudiosos de diversas religiões e credos reconhecem os ensinamentos extraídos das diversas narrativas sobre a sua breve vida. Seus seguidores continuam crescendo e há dois milênios seus feitos são passados de geração em geração.
O que mais impressiona é que Jesus não foi um estadista, nem um conquistador e não deixou nenhuma obra física. Jesus foi um líder que preparou novos líderes e cuidou dos seres humanos para que se tornassem mais humanos.
Hoje, uma nova dimensão da vida de Jesus está sendo ser estudada: o seu papel como líder. Como Jesus conseguiu desenvolver tantos outros líderes, mesmo após a sua morte? Como mobilizou multidões sem ter nenhuma estrutura política ou religiosa? Como conseguiu tornar-se tão conhecido em vida em tão pouco tempo?
Existem aspectos percebidos em Jesus que são absolutamente avançados para os tempos de hoje e, inclusive, estão presentes nos diversos compêndios de administração de vanguarda:
1. A multiplicação dos líderes: Jesus preparou doze apóstolos e a partir deles criou uma rede de multiplicadores nos seus ensinamentos. A formação destes líderes foi baseada na crença de que um dia Jesus partiria e que caberia a eles prosseguir com a missão. Na linguagem gerencial, Jesus preparou reservas técnicas e com isso assegurou a continuidade do seu movimento.
2. Pé na estrada: Jesus não se acomodou em casas ou sinagogas. Seu habitat preferido era a estrada. Foi no caminhar que ele enriqueceu sua fantástica trajetória e treinou “em campo” sua equipe. Hoje, em termos de gestão, o líder que fica preso aos gabinetes tem menos chances de tomar decisões acertadas.
3. Vinde a mim os diferentes: Jesus conversou com forasteiros, pagãos, prostitutas, leprosos, enfim, com diversas pessoas que divergiam do “padrão” estabelecido pela conservadora civilização da época. Hoje, um dos grandes desafios do líder é diminuir, em si e na sua equipe, os níveis de preconceito e esteriotipia. O preconceito é o maior inimigo do aprendizado individual e organizacional.
4. Comigo ninguém pode: o grande trunfo de Jesus estava na sua revolucionária independência. Seus adversários não conseguiam perceber “aquele ponto fraco” que torna o inimigo vulnerável. Como Jesus era desapegado das riquezas materiais e do poder, ele tornou-se temido mesmo falando de paz. O líder contemporâneo precisa ter consciência de que seus apegos e vaidades diminuem a sua capacidade de revolucionar.
5. Foco na compreensão: Jesus transformava ensinamentos complexos em histórias de fácil entendimento. Era um grande incentivador da reflexão e da elevação do nível de consciência de seus seguidores. Jesus não era um “motivador”, era um conscientizador. Em termos de liderança, precisamos incentivar em cada um a capacidade de raciocinar e decidir de forma autônoma.
6. O exemplo arrasta: Jesus era o exemplo vivo do que pregava. Comia o mesmo pão com toda a equipe, andava com fé e dormia ao relento como todos os seus seguidores. Demonstrava afeto com seus amigos, mas dizia a verdade com firmeza. Hoje, os “símbolos do poder” estão sendo questionados. Precisamos de líderes que sejam bem mais do que demonstram e não o contrário.
No período natalino, muitas interpretações são feitas da vida de Jesus. Uma delas é que é possível transformar a realidade a partir da educação e do cuidado com os seres humanos.
Gostei muito mesmo da forma clara e transparente que voces colocaram a respeito de Jesus. Quem dera os pseudos líderes pudessem refletir mais sobre isso. Com certeza o resultado seria bem diferente do que temos visto. Um povo que se diz de Jesus, porém não o conhece e nem ao menos tem intimidade com ele. Parabéns Cristiano e equipe pelo trabalho.
ResponderExcluirReinaldo