Há um ditado que diz "nunca se mente tanto como antes da eleições, durante uma guerra e depois de uma pescaria". O mais recente factóide, criado pela imprensa brasileira, deve-se ao fato de que a Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff teria pedido para encerrar rápido as investigações sobre o clã Sarney. Sobre qualquer episódio abordado, deve-se ter responsabilidade e isenção na análise. A forma como a imprensa aborda o tema sem precisar informações claras e aproveitando a revolta da ex-secretaria da Receita, pelo fato de ter sido exonerada, demonstram mais uma pixotada jornalística. Há semanas, sabia-se do descontentamento do Planalto com a forma com que a então secretária vinha escolhendo seus assessores e cargos de chefia. O critério não era técnico e sim de proximidade pessoal e partidária. Esta foi o motivo de sua queda. Neste período, em diversas ocasiões, a imprensa havia denunciado que Lina Vieira "estava aparelhando a receita". Depois da "denúncia" de Lina, esta passou de vilã a heroína. Acho que está na hora da imprensa brasileira fazer uma "mea culpa" e passar fazer análises com isenção e imparcialidade. Confirmando o que falei, veja o que aconteceu em entrevista de Everardo Maciel (ex-secretário da Receita-Governo FHC) a jornalista Monica Waldvogel (site carta capital):
"A jornalista Monica Waldvogel reuniu no programa "Entre Aspas", da Globonews, o ex-secretário da Receita Federal (no governo FHC), Everardo Maciel, o presidente do SindiReceita, Paulo Antenor, e um advogado tributarista para discutir a "crise da Receita". Após uma introdução onde denunciou o "aparelhamento" da Receita e apresentou Lina Vieira como "vítima" deste processo, ouviu dos convidados que o aparelhamento foi feito, na verdade, por Lina Vieira".
Paulo Antenor, presidente do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, denuncia o aparelhamento da Receita… por Lina. Mostra que o pedido de demissão coletiva dos antigos superintendentes foi apenas uma antecipação para demissões que ocorreriam. O advogado tributarista nega crise na Receita. Disse que está mais preocupado com as taxas de juros dos bancos e temas mais relevantes.
Mônica tenta se socorrer do ex-Secretário da Receita Everardo Maciel, da gestão FHC, pedindo que confirme a politização. Everardo diz que a politização ocorreu com Lina e que agora não há ingerência política, porque é atribuição do Ministro definir o Secretário.
Depois disso tudo, Mônica volta ao papo de que Mantega estaria pressionando para não apertar os grandes contribuintes. Os entrevistados negam. Everardo mostra que esse foco nos grandes contribuintes começou em sua gestão. Mônica diz que houve aumento na arrecadação dos grandes contribuintes na gestão Lina. Everardo desmonta com números.
Mônica vem com a história da opção do regime de caixa pela Petrobras foi manipulação. Everardo é incisivo: a Petrobras está certa. O factóide criado foi para justificar a queda da arrecadação na gestão Lina - embora admita que a queda tem muitos outros fatores deflagradores, entre os quais a crise.
Mônica: se fosse tão clara a possibilidade de mudar o regime no meio do ano, não haveria essa controvérsia.
Everardo: a regra é clara e foi feita em 1999 justamente para enfrentar o problema da desvalorização cambial.
Mônica: mas até agora a Receita está para soltar um parecer.
Everardo e os demais: já foi feito, concordando com a Petrobras. Essa prática existe há muito tempo, não existe qualquer ilegalidade ou manobra contábil.
Mônica, balbuciando: a lei foi feita. Houve então uma manipulação da opinião pública?
Todos concordam com a cabeça.
obs: Depois dessa entrevista, feita com debatedores acima de qualquer suspeita, pergunta-se: para que serve certo tipo de imprensa ?
SERÁ QUE RENÚNCIAS COLETIVAS NÃO ESTÃO NOS ALERTANDO PARA A VERDADE ?
ResponderExcluirCaro Cristiano,
Será que dá para acreditar-mos que os entrevistados da Jornalista Monica Waldvogel são pessoas realmente sem outros interesses?, a gente pode duvidar, pois grandes aliados de governos passados, inclusive da ditadura, estão aninhados no âmago dos partidos que constituem a base de apoio ao Presidente com diversas funções tais como, ministros, lideres, conselheiros e outros.
Fico não crendo nas palavras destes, não pelo que disseram, mais sim pelo que vejo na postura daqueles que eles dizem serem aparelhados.
Pelo que sei os dentetores de cargos, são Funcionários de carreira da Receita Federal, não foram trazidos de partidos políticos ou sindicatos, são concursados alguns com tempo próximo de aposentadoria. Lembre-se que ser fucionário da Receita é ter um emprego público dos mais cobiçados do País, após o concurso são feitos cursos de qualidade(tal qual uma lavagem cerebral) para bem servir a Pátria, excelentes salários(de fazer inveja aos Marajás do Collula), prestigio técnico e respeito de todos(inclusive de poderosos). Os da Receita tem reconhecimento pela competência. Quem não quer ter reconhecimento pelo estatus de competente?, será que todas estas atrações seriam jogadas ao limbo só por bem querer a um chefe imediato passageiro? . Sair da Receita é coisa para gente normal?, e renunciar a uma chefia nela seria ato de uma pessoa sensata?. No entanto um grupo grande e importante de servidores optou pela renúncia de cargos chaves, Superintendentes Regionais, Cordenadores Gerais, Delegados, Inspetores e outros, será que estes servidores abirobaram de repente, ou será que não aceitaram uma perigosa ingerência política em seus quadros?, não seria o caso de estarem convictos de servir ao País, e não a Governos passageiros ?, retirada em bloco, nas circunstâcias em que ocorreu representam um ato de covardia, medo de serem demetidos ou uma resposta eloquente da quebra dos valores fundamentais na gestão da coisa publica, portanto dando uma lição de cidadania?
Acredito que zelaram por sua reputação , e o assim fazendo defenderam o interesse Nacional e indgnados pelo fato de não aceitarem o aparelhamento oficial, tomaram uma decisão que fala mais alto do que entrevista de pessoas que não querem reconhecer que nossos orgãos publicos estão fatiados pelos partidos políticos e chefes de sindicatos, numa verdadeira pelegagem Nacional .
Cristiano , hoje em dia, quem esta bem informado, esta bem confuso......
Heraldo Gomes.