terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

UM POEMA DE VINÍCIUS




SONETO DA SEPARAÇÃO



De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto




De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama




De repente não mais que de repente

Fez-se do triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente




Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

3 comentários:

  1. Olá. Acho intessante, curioso e bem diferente como voce apresenta seu blog. Esse poema é lindíssimo.Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Cristiano, parabens!
    Seu Blog é legal. Acompanho diariamente suas postagens. Sucessos...
    Suelly

    ResponderExcluir
  3. Lindo, lindo, lindo...
    Além da sutil descrição de Vinícius acerca do brotar de um repentino sentimento, a escolha da imagem casou perfeitamente com o poema.
    Tentei captar atentamente a subjetividade da sua idéia!
    Vc é um sonho...

    ResponderExcluir